Inflação atinge recorde histórico, bolsas caem a pique e leiloeiras faturam 7,3 biliões
A arte “inútil” que salva as suas poupanças da inflação
Num célebre excerto do prefácio do “Retrato de Dorian Gray”, Oscar Wilde reflete o seguinte: “Toda a arte é completamente inútil. Uma obra de arte é algo mais que uma coisa meramente divertida. Ou não? Ou a diversão é uma manifestação lúdica do ser humano, que pode despertar a sua inspiração, a sua humanidade? Talvez sim. Mas a arte tem um significado maior. Impacta. Faz pensar. Modifica algum ponto dentro de nossa sensibilidade. Refina nosso olhar. Depura. Não aliena. Pelo contrário, desperta”.
Realmente, as obras de arte não têm qualquer utilidade prática – um artista nunca se equipara a um carpinteiro ou a um artesão -, e, no entanto, a arte acompanha o homem desde o início da sua existência.
Talvez por isso, Fernando Pessoa tenha escrito a conhecida máxima: “Só a arte é útil. Crenças, exércitos, impérios, atitudes – tudo isso passa. Só a arte fica, por isso só a arte se vê, porque dura”.
Esta arte “inútil” mas que “fica” e “dura”, levou a que as obras de arte passassem a ser comercializadas como bens raros, valorizáveis e como um refúgio em períodos de crise, como o Tempo que vivemos atualmente.
Covid-19, guerra na Ucrânia, ameaças entre super-potências, bolsas de valores a cair a pique, a inflação a subir continuamente, e a Christie`s – a maior leiloeira mundial – vendeu 4,1 biliões de dólares nos primeiros 6 meses de 2022, mais 17% do que no primeiro semestre de 2021!
Em Junho passado, num dos picos da guerra entre o ocidente e a Rússia, a Christie`s realizou um leilão em Paris; resultado: a receita do leilão ultrapassou os 114 milhões de euros, mais do dobro do que o previsto!
Os dados são objetivos e irrefutáveis: segundo a Art Market Research, a arte contemporânea teve uma rentabilidade média de 12,4% na última década, superando o mercado das matérias-primas, o bolsista e o obrigacionista. Em 2018, o mercado da arte faturou 67 mil milhões de euros e, atualmente, deverá ultrapassar os 80 mil milhões de euros!
Ainda mais impressionante é o relatório de um dos maiores bancos mundiais, o JP Morgan, que conclui que, quando a inflação sobe, os investimentos em arte crescem 18%!
Razão teve Antonin Artaud para escrever que, “ninguém alguma vez escreveu ou pintou, esculpiu, modelou, construiu ou inventou senão para sair do inferno”.
E os dados são inequívocos: quem investe em arte salvaguarda as suas poupanças do “inferno” da inflação e coloca nas paredes de sua casa obras de arte que valorizam mais que o ouro, a bolsa ou o mercado obrigacionista!
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