Descrição
Aclamada ceramista moçambicana, Reinata Sadimba tem o seu trabalho exposto inúmeras instituições de arte internacionais, sobretudo na Europa. Exímia no trabalho do barro, nasceu em 1945 em Mueda, inspirando-se sobretudo nos mitos e tradições da sua etnia, Makonde, relacionadas com os seus temas favoritos: a feminilidade, a maternidade ou o parto. Aprendeu a sua arte com a mãe, sendo um dos principais meios de subsistência do lar. A argila, revelou uma vez a artista, permitia-lhe «dizer coisas que não sabia contar de outra maneira». Depois da independência de Moçambique, em que participou ativamente como guerrilheira de um dos movimentos independentistas, começou a trilhar um caminho próprio, inovando sobre os temas tradicionais e granjeando atenção internacional, depois de uma estadia na Tanzânia, onde começou a expor, sempre com o patrocínio de um casal suíço que a conheceu em Moçambique na década de 1980.
Em 1992 regressa a Moçambique e rapidamente se torna um ícone das artes plásticas do país, merecendo o apoio incondicional do Museu de História Natural de Moçambique, onde instala o seu estúdio e onde expôs diversas vezes. Além da argila, a artista plástica trabalha sobre calcário branco e grafite, criando jarras, potes e panelas e outro tipo de peças com formas antropomórficas, com corpo e rosto e com escarificações ou marcas culturais da etnia Makonde. Reinata Sadimba ainda cria e ao longo da sua extraordinária carreira expôs, entre outras, em salas como o Studio Brescia em Ospitaletto (Itália), Basileia, Lisboa, Milão, Porto, Perugia (Itália), Nova Iorque, ou na Bienal de Joanesburgo de 1995.