
Glossário: Manual de Iniciação à Obra Gráfica
- 16 Mar, 2025
- Posted by Galeria Rastro
Gravura
A gravura representa um conjunto de técnicas artísticas que permitem a impressão de um desenho ou pintura a partir de uma matriz artesanal. O artista ou gravador trabalham diretamente num suporte (matriz artesanal), que será depois imerso em tinta e impresso, por meio de pressão, no papel.
Quanto menos obras forem reproduzidas a partir do original, mais valorizada será a gravura, pois as primeiras impressões saem de uma matriz menos desgastada.
A técnica da gravura é milenar e tem valor artístico porque é realizada manualmente, sem qualquer mecanização. A gravura é uma forma acessível de adquirir obras originais de grandes artistas.
O material da matriz é o que classifica o tipo de gravura.
Tipos de Matriz
Xilogravura
Na Xilogravura, o artista utiliza a madeira como matriz e trabalha sobre ela com ferramentas de corte (buril, goiva, formão ou faca). A tinta é aplicada na superfície da madeira com um rolo de borracha e o papel é pressionado sobre a matriz. As partes brancas corresponderão àquilo que foi cavado, enquanto as áreas de cor, às superfícies.
Linogravura
Na Linogravura, a matriz é de material sintético – placas de borracha, chamadas “linóleo”. Com o auxílio de goivas de diferentes pontas, escava-se a superfície do linóleo deixando em relevo as zonas que, posteriormente, serão usadas para impressão.
Água-forte
Na Água-forte, a gravação é resultado da ação do ácido nítrico que corrói o metal. A superfície do metal é coberta com um verniz (resinas e ceras) e o desenho das linhas é feito com uma ferramenta de ponta metálica que retira o verniz. Em seguida, a chapa é mergulhada num recipiente com ácido que ataca as linhas expostas gravando sulcos.
Ponta Seca
Na Ponta Seca, o artista desenha riscando com uma ponta de aço a placa de metal. A ponta grava o metal e levanta os dois lados do traço, que na gíria dos gravadores são chamados de “rebarbas”.
Monotipia
A Monotipia é uma gravura única, impressa a partir de uma matriz lisa, que não foi gravada ou entalhada. A monotipia não é um duplicado fiel do desenho ou mancha original, na passagem para o papel (impressão) as tintas misturam-se surgindo efeitos imprevisíveis.
Litografia
A Litografia baseia-se no princípio da repulsão entre a água e o óleo. O artista desenha diretamente numa pedra calcária de grão muito fino com um lápis gorduroso. Esta “pedra litográfica” é, depois, embebida em água; quando se aplica a tinta de impressão, de base gordurosa, esta só adere às áreas desenhadas com o lápis gorduroso.
Serigrafia Artística
A Serigrafia artística é um processo artesanal de impressão no qual a tinta é vazada – pela pressão de um rodo – através de uma tela preparada. A tela (matriz serigráfica), normalmente de poliéster ou nylon, é esticada num bastidor de madeira, alumínio ou aço.
Obra Gráfica Original: Assinatura e Numeração
É a assinatura do artista, a lápis, no canto direito da gravura, litografia ou serigrafia, que confere valor e autenticidade à obra gráfica em questão.
A numeração surge no canto inferior esquerdo, sendo o número de exemplares editados essencial na atribuição de um valor à obra: quanto menor a tiragem, mais rara e cara será a peça.
A menção a Prova de Artista (P.A.), que consta em muita da obra gráfica comercializada no mercado, refere-se às primeiras provas de edição, que, normalmente, são oferecidas ao artista.
As provas Hors de Commerce (H.C.), correspondem aos exemplares da edição que o editor ou o serígrafo têm direito.
Em regra, as edições não devem ultrapassar os 200 exemplares, incluindo 25 P.A. e 25 H.C.
Uma edição compreende todas as provas numeradas e assinadas pelo artista.