Luís Queimadela – O “enigma” do Espelho Negro.
- 07 Jan, 2024
- Publicado por Galeria Rastro
O torso estilizado apresenta-se nu, luminoso; o olhar vago parece dirigir-se para um espelho, um Espelho Negro que reflete outra silhueta de mulher, nua consigo própria, absorta nos seus pensamentos. Ou será sempre a mesma mulher imersa nos mesmos pensamentos, na mesma solidão?
A obra de Luís Queimadela é enigmática, como todas as obras de arte: “As obras de arte são de uma solidão infinita: nada pior do que a crítica para as abordar. Apenas o amor pode captá-las, conservá-las, ser justo em relação a elas” (Rainer Maria Rilke).
E foi o amor à arte e à vida – “Paradoxalmente, embora possa parecer, não é menos verdade que a vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida” (Oscar Wilde) – que levou Queimadela a abandonar tudo – a docência, a decoração, o desporto profissional, etc -, pela arte da pintura, da escultura, da criação artística.
Um caminho que se revelou pleno de sucesso nestes mais de 30 anos de carreira: Luís Queimadela está representado em várias coleções de arte públicas e privadas, tem escultura pública, de grandes dimensões, espalhada por todo o país, as suas obras decoram prestigiadas unidades hoteleiras nacionais; o artista venceu vários concursos nacionais de arte pública; já participou em diversas exposições e simpósios de escultura, em Portugal e no estrangeiro, etc, etc.
Mas voltemos à escultura que o artista criou em exclusivo para o Clube Rastro, intitulada Espelho Negro, e que acabou por se transformar numa série de 25 esculturas únicas; cada uma das peças, realizadas em resina e granito, apresenta silhuetas distintas, “paredes” com diferentes matizes, espelhos que variam de cor…
Mas o que não varia é o enigma: será sempre a mesma solidão??